sábado, 9 de novembro de 2013

DEUS SEMPRE NOS ACOLHE EM SEU CORAÇÃO



Acolher bem uma pessoa não significa unicamente permitir que ela entre na intimidade do seu lar ou da nossa companhia. Acolher significa, acima de tudo, receber bem as pessoas, procurando ir mais além do que dar-lhes simplesmente hospedagem. Acolher significa, antes de tudo, prestar auxílio nos momentos difíceis e de provações... Sabendo dar-lhes o devido apoio nos momentos de fraquezas (quedas) e defendendo-as nos momentos de injustiças ou de desamparo. Mas para que isso aconteça bem, devemos nos conhecer melhor e trabalhar nossas deficiências se queremos realmente aprender como acolher bem as pessoas.

          É bom lembrarmos que fomos chamados por Deus a ser neste mundo a sua imagem e semelhança (Gn 1,26) isso significa querer assumir uma personalidade que esteja em comunhão com a postura de um Deus que sempre foi acolhedor na história do seu povo, sobretudo, com os mais necessitados.

Cada um deve ter em mente esse sentimento de quem, em primeiro lugar, experimentou em sua vida um Deus que o acolheu em todos os momentos da sua história, seja nos momentos de virtudes, ou até mesmo, nos momentos de fraquezas, revelando-se um Deus sempre solidário para conosco pecadores. O profeta Jeremias, por sua vez, tinha consciência sobre esse acolhimento de Deus em sua vida. Vejamos o que ele nos revela sobre esse acolhimento de Deus em sua vida: “Recebi a palavra de Javé que me dizia: ‘Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você profeta das nações’.” (Jr 1,4-5).

Assim como Deus escolheu, consagrou e aceitou a vida de tantos homens e mulheres para contribuírem na história da Salvação, hoje, de maneira especial, o Senhor também nos escolhe para que saibamos acolher o valor da Boa-Nova do Reino e proporcionar aos demais essa mesma graça, através do testemunho de quem deseja que essa experiência seja feita a partir de um sentimento de acolhida de quem a transmite e de quem a recebe. Mesmo quando afirmamos que não somos aptos para essa missão, como foi dito pelo profeta Jeremias no seu tempo: “Mas eu respondi: ‘Ah, Senhor Javé, eu não sei falar, porque sou jovem’. Javé, porém, me disse: “Não diga ‘sou jovem’, porque você irá para aqueles a quem eu o mandar e anunciará aquilo que eu lhe ordenar. Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo - oráculo de Javé”. (Jr 1,6-8).

Esse chamado que o Senhor nos faz à missão provém desde o nosso batismo, quando fomos acolhidos como filhos seus, através de uma atitude de quem nos ama, nos aceita, nos valoriza, nos conduz a plenitude humana, e por fim, cuida de nós de maneira totalitária (corpo e alma), em vista da nossa salvação. O acolhimento que fazemos na Igreja deve ser uma expressão desse desejo de Deus, em outras palavras, devemos despertar esses sentimentos no coração das pessoas de quem foi acolhido no amor de Deus e que vêm sendo conduzidos para Salvação.

Sentimos que somos ainda limitados no acolhimento, mas, ao contrário de nós, Deus reconhece as nossas virtudes, Ele sabe do nosso potencial, por isso, nos acolhe com tanta alegria. Esses sentimentos que carregamos dentro do nosso coração, no que se referem as nossas limitações, surgem a partir do momento que contemplamos a nossa vida e a nossa conduta no meio dos nossos irmãos. Às vezes somos pessoas extremamente egoístas, invejosas e que nem sempre sabe acolher os nossos irmãos com a devida fraternidade que se esperam daqueles que se colocam como discípulos do Senhor.
Somente fazendo uma análise da nossa vida, procurando nos conhecer melhor, é que teremos um maior domínio sobre as nossas atitudes e controle nas nossas deficiências. Antes de partimos para o processo de acolhimento ao próximo, devemos em primeiro lugar, buscar nos acolher e trabalhar (a luz de Deus) nossas fraquezas. 
 
Pe. Francisco Evaristo Barbosa Filho

Emanuelle Santos
Ministra do Acolhimento