quarta-feira, 11 de junho de 2014

O PODER DO VERDADEIRO AMOR


A mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. Ele perguntou: "Que queres?" Ela respondeu: "Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda". Jesus disse: "Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber?" Eles responderam: "Podemos". "Sim", declarou Jesus, "do meu cálice bebereis, mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou". Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. Jesus, porém, chamou-os e disse: "Sabeis que os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos".

Mt 20, 20-28


            Esse evangelho é muito mais importante do que parece à primeira vista. Diria mesmo que é uma revolução na cultura mundial e na história humana, embora até hoje ele não se realize entre nós.
Os judeus do Antigo Testamento só conseguiam pensar Javé como poder. Foi assim quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber de Deus as tábuas da lei, no meio de raios e trovões. Também na travessia do deserto, quando os hebreus fugiam do exército do faraó, Moisés estende sua vara e abre o mar Vermelho, para logo depois o mesmo mar afogar todos os egípcios. Tudo isso contribuía para que eles imaginassem Javé como um Deus poderoso e forte.
            Jesus aparece para mostrar que aquela ideia era totalmente falsa e precisava ser corrigida. Quando começa a falar de Deus Pai, fala de um pai que acolhe, sem qualquer questionamento, o filho que dilapidara todo o seu patrimônio em festas e gandaias. Ao invés de castigar, o pai faz uma tremenda festa. É o Deus do perdão, da bondade, da misericórdia. A mesma acolhida é dispensada à samaritana que tinha cinco maridos e a quem Jesus se revela como Messias. Também para a mulher surpreendida em adultério, Ele tem uma palavra de perdão.
Jesus quis nos mostrar que o poder não é para dominar, impor-se sobre os outros, mas para amar, servir, demonstrar carinho e acolhida. Que entre nós o poder seja o mais simples, da disponibilidade para o serviço, da abertura para a acolhida, para o perdão, para a aceitação. Hoje Jesus nos dá uma lição fantástica. Cabe nos perguntar se realmente a entendemos. Aqui há muitos pais e mães que têm poder sobre os filhos. Será que estão exercendo o poder da acolhida, da abertura, da disponibilidade como oportunidade para educá-los? As mulheres têm muito mais poder evangélico do que os homens, porque elas sabem ouvir e entender bem melhor.
Que esse evangelho toque bem fundo o coração de cada um para responderem a Jesus que o poder que exercem é através do carinho e da ternura, mas também da força e do vigor da verdadeira autoridade. Amém. (5º.dia da novena em preparação para o jubileu sacerdotal)

HOMILIA DE J.B. LIBANIO – 25.07.2011
PARÓQUIA N.S. DE LOURDES – VESPASIANO (MG)
Fonte

Adênia Karen
Ministra do Acolhimento