domingo, 13 de abril de 2014

PAPA FRANCISCO: INÍCIO DA SEMANA SANTA

          O Domingo de Ramos lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém onde ele foi aclamado como Rei. “Ao participarmos da bênção e procissão de ramos, queremos homenagear a Cristo e proclamar publicamente a sua Divina Realeza” explicou.

          Em sua mensagem neste Domingo de Ramos o Papa Francisco disse que os cristãos devem seguir os mesmos passos de Jesus. “Jesus entra em Jerusalém. A multidão dos discípulos acompanha-O em festa, os mantos são estendidos diante d’Ele, fala-se dos prodígios que realizou, ergue-se um grito de louvor: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19, 38)” apelou. Para o pontífice, multidão, festa, louvor, bênção, paz, respira-se um clima de alegria. Jesus segundo o Papa, despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus, inclinou-Se para curar o corpo e a alma. E agora entra na Cidade Santa…É um espectáculo lindo: cheio de luz, de alegria, de festa.


          No início da Missa, ainda segundo o apelo do Papa, também nós o reproduzimos. Agitámos os nossos ramos de palmeira e de oliveira, cantando Bendito o Rei que vem em nome do Senhor» (Antífona); também nós acolhemos Jesus; também nós manifestamos a alegria de O acompanhar, de O sentir perto de nós, presente em nós e no nosso meio, como um amigo, como um irmão, mas também como rei, isto é, como farol luminoso da nossa vida” proclamou. Para Francisco, “a nossa alegria não nasce do fato de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis. “Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. Levemos a todos a alegria da fé!” clamou.  


          A Semana Santa é marcada por importantes momentos considerados fortes na vida da igreja. Na Quinta-feira Santa, pela manhã, é celebrada a Missa Crismal. Esta celebração, que o Bispo concelebra com o seu presbitério e dentro da qual consagra o santo crisma e benze os óleos usados no Batismo e na unção dos enfermos, é a manifestação da comunhão dos presbíteros com o seu Bispo.


          No período vespertino, inicia-se o Tríduo Sacro. Com a celebração da Missa da Ceia do Senhor (cerimônia do Lava-pés), dom Delson lembram que os cristãos são chamados a recordar a instituição da Eucaristia e do sacerdócio católico, bem como o mandamento do amor com que Cristo nos amou até o fim (cf. Jo 13, 1). A Sexta-feira Santa é o grande dia de luto para a Igreja. Não há Santa Missa, mas celebração da Paixão do Senhor que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da Cruz e sagrada Comunhão. “Vivamos este dia em clima de silêncio e de extrema gratidão, contemplando a morte de Jesus na cruz por nosso amor” apelou o religioso. O Sábado Santo é dia de oração silenciosa e de profunda contemplação junto ao túmulo de Jesus. A Vigília Pascal, “a mãe de todas as vigílias”, na qual a Igreja espera, velando, a Ressurreição de Cristo, compõe-se da liturgia da Luz, da liturgia da Palavra, da liturgia Batismal e da liturgia Eucarística. Para os religiosos, a participação no Mistério redentor de Cristo leva os cristãos a ser, no mundo descrente, testemunhas autênticas da Ressurreição de Cristo. “Guiados pela luz do círio pascal, e ressuscitados para uma vida nova de fé, esperança e amor, sejamos testemunhas vivas da Ressurreição do Senhor Jesus” conclamou o bispo.


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sexta-feira, 4 de abril de 2014

PAPA FRANCISCO: QUARESMA 2014

“Conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por vós a fim de enriquecer-vos com a sua pobreza”.
Estas são as palavras do apóstolo São Paulo que o Santo Padre propõe como referência para a reflexão nesta quaresma.
          São palavras que “nos dizem qual é o estilo de Deus. Deus não se revela mediante o poder e a riqueza do mundo, mas mediante a fragilidade e a pobreza”. Francisco lembra que Cristo se tornou pobre, se aproximou de cada um de nós, se despojou, se “esvaziou” para ser semelhante a nós. E a razão disso é “o amor divino, um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, e que não hesita em se doar e sacrificar pelas criaturas que Ele ama”. Porque “a caridade, o amor, consiste em partilhar em tudo a sorte do amado” e “o amor nos assemelha, cria igualdade, derruba os muros e as distâncias”. Deste modo, o papa indica que, “ao se tornar pobre, Jesus não quer a pobreza em si mesma, e sim nos enriquecer com a sua pobreza”. Por este motivo, “Deus não fez a salvação cair do alto sobre nós, como a esmola de quem dá uma parte do que lhe é supérfluo, por aparente piedade filantrópica”. O pontífice recorda, nesta mensagem, que Jesus foi batizado para ficar no meio das pessoas e “carregar o peso dos nossos pecados”.
          E essa pobreza com que Jesus nos liberta e nos enriquece, observa o Santo Padre, é o seu “modo de nos amar, de estar perto de nós, como o bom samaritano”. Mais ainda: “o que nos dá a verdadeira liberdade, a verdadeira salvação e a verdadeira felicidade é o seu amor cheio de compaixão, de ternura, que quer dividir tudo conosco”. Neste ponto, Francisco destaca que “a pobreza de Cristo é a maior riqueza: a riqueza de Jesus é a sua confiança ilimitada em Deus Pai”.

          Depois de refletir sobre a pobreza de Jesus, Francisco convida a pensar em nosso próprio caminho. “Em toda época e lugar, Deus continua salvando os homens e o mundo mediante a pobreza de Cristo, que se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na Igreja, que é um povo de pobres”, afirma o pontífice. Ele recorda que “os cristãos são chamados a olhar para as misérias dos irmãos, tocá-las, cuidar delas e realizar obras concretas para aliviá-las”. Francisco observa também que “a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança”.
          O papa sublinha três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual.
          A miséria material, que costumamos chamar de pobreza, “atinge os que vivem numa condição que não é digna da pessoa humana”. Diante dessa miséria, “a Igreja oferece o seu serviço, a sua diaconia, para responder às necessidades e curar essas feridas que desfiguram o rosto da humanidade”. Por isso, “os nossos esforços se orientam a encontrar o modo de acabar com as violações da dignidade humana no mundo, com as discriminações e com os abusos”.
          A miséria moral é aquela que nos “transforma em escravos do vício e do pecado”. O papa fala das pessoas que “perderam o sentido da vida, estão privadas de perspectivas para o futuro e perderam a esperança” E faz referência ainda às “pessoas que se veem obrigadas a viver essa miséria por causa de condições sociais injustas, por falta de trabalho, o que as priva da dignidade de levar o pão para casa, por falta de igualdade no direito à educação e à saúde”. Nesses casos, Francisco afirma que a miséria moral bem poderia ser chamada de “suicídio incipiente”.
          Finalmente, ele fala da miséria espiritual, “que nos golpeia quando nos afastamos de Deus e rejeitamos o seu amor”. O Santo Padre avisa que, “se considerarmos que não precisamos de Deus, nos encaminharemos para a estrada do fracasso”, porque “Deus é o único que salva e liberta verdadeiramente".
          Recordando que o cristão é chamado a transmitir em todos os ambientes o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, Francisco afirma que “é bonito experimentar a alegria de estender esta boa nova, de compartilhar o tesouro que nos foi confiado, para consolar os corações aflitos e dar esperança a tantos irmãos e irmãs submersos no vazio”.
          Para encerrar, o pontífice nos lembra que a quaresma “é um tempo adequado para se despojar. E nos fará bem perguntar-nos de que podemos nos privar para ajudar e enriquecer os outros com a nossa pobreza”. Ele enfatiza, por fim, que averdadeira pobreza dói, avisando: Desconfio da esmola que não custa nem dói.
Agência Zenit
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